O cansaço que sinto doer no corpo é o que me impulsiona para fazer desta arte um trabalho que consegue ultrapassar meus próprios limites. Hoje, ao voltar do Espaço Lunar, tenho a sensação nítida de que existe um caminho, ou caminhos, a ser seguido e que eu estou dentro do meu. As vezes de maneira equivocada ou seguindo mal e porcamente mas estou. Tudo parecia me esgotar as forças essa semana e de repente, ao sintonizar meu corpo e mente como ator, num espaço já conhecido, com pessoas que desvendo a cada dia, sinto o peso da força da arte que represento e do encontro com o outro alí disponível, entregue.
Sentir o calor, o suor que escorre, as pessoas ao redor, paredes, chão. Pouca linguagem verbal, muito olhar, sentimento, cumplicidade. Tudo isso, e muito mais, situa o ator no espaço como indivíduo e como grupo, faz com que cada movimento não seja simplesmente a racionalização de um fazer, mas uma convicção de que se está realmente presente, em cena, atento em si e no outro, nos outros.
Ao fim de uma manhã bem vivida as idéias brotam pouco organizadas, tento sistematizá-las mas a emoção desses momentos me impedem. Sinto a virilidade do teatro nas veias nesse início de trabalho, de preparação para o muito que ainda virá.
sábado, 29 de março de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário