Madrugada chuvosa de domingo dia 6 de abril. Sentada, computador ligado, corpo cansado, mente inquieta, ofegante. Desorganizada como sempre, em meio a licor e chocolate, emergem pensamentos sobre o que acabei de ver pela terceira vez. Aqueles dois, quatro.
Na estréia, estava ali simplesmente entregue a um espetáculo desconhecido, adaptação de um conto cujo autor ainda não havia lido. Uma hora e cinquenta minutos depois do terceiro sinal, parei. A cabeça fervia tanto que só o silêncio era possível. Saí dali direto para os contos, cartas, romances de Caio Fernando Abreu. Não me atreverei a descrevê-lo pois renderia uma nova postagem que em breve farei.
Segunda temporada de Aqueles Dois em BH. De volta à platéia, de outro ângulo, dialogando com os atores nesse tempo. Outra leitura do que novamente via, uma interpretação de quem ja havia se entregado à literatura de Caio, de quem viria partilhar um pouco do mundo lunar. Livros na mochila, trechos lidos e relidos e muitas vezes até decorados. Boleros espanhóis tocando ao fundo, uma sensação bonita que me faz sentir que as coisas caminham para algum lugar.
Terceira temporada. Re-estréia neste último sábado, há poucas horas atrás. E não é dificil advinhar que me fiz presente como legítima epectadora, mais que isso, já me sinto íntima dessa criação. E mesmo com todo esse envolvimento, a narrativa, as cenas, os atores, as luzes, tudo me trás de volta as sensações ja vividas ao mesmo tempo em que trazem novas emoções.
Agora estou no aguardo da nova criação da companhia, com muita expectativa e curiosidade.
Toda essa viagem louca para dizer que Aqueles dois me reportam ao que há de melhor e pior em mim, e no outro. Me leva a refletir sobre um mundo de relações cada vez menos afetivas, mais materiais e sórdidas. Mas há também a esperança, a força e a delicadeza.
E termino com próprio Caio: "E, de qualquer forma, às cegas, às tontas, tenho feito o que acredito, do jeito talvez torto que sei fazer"
sábado, 5 de abril de 2008
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