quarta-feira, 30 de abril de 2008

Cortiços









Espetáculo: CORTIÇOS, direção Tuca Pinheiro
Local: Teatro Wanda Fernandes, do Galpão Cine Horto, R. Pitangui, 3.613 – B. Horto
Data: De 8 a 25 de Maio de 2008
Horário: De quinta-feira a sábado, às 21h, aos domingos, às 19h
Preço: R$ 16,00 (inteira), R$ 8,00 (meia entrada) e R$10,00 (vouche e promoção)
Classificação: 16 anos
Informações para o Público, fone: (31) 3481-5580

Inspirado no romance “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo (1890), o espetáculo transita por uma condensação da obra original, especialmente a partir do foco relacional de alguns de seus inúmeros personagens. O título “Cortiços”, no plural, explicita as variadas acepções sugeridas pelo tema. Contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro “Myriam Muniz” em 2007, o projeto partiu de uma investigação de “sistemas corporais”, conduzida por Tuca Pinheiro. Concomitante a este treinamento, os atores improvisaram estruturas dinâmicas e imagéticas que resgatam a ambiência do texto original e derivações de outras questões provocadas pela mesma. Aluísio Azevedo nasceu a 14 de abril de 1857 em São Luís, capital do Maranhão. Em 1881 chocou a sociedade local com o lançamento de "O mulato", primeiro romance Naturalista da literatura brasileira, que abordava a questão do preconceito racial. O Aluísio Naturalista preocupou-se em interpretar a realidade de uma camada social marginalizada, em franco processo de degradação. Além disso, defendeu os ideais Republicanos e criticou o clero e a burguesia.Os romances Naturalistas publicados pelo autor: "O mulato" (1881); "Casa de pensão" (1884); "O homem" (1887); "O cortiço" (1890); e, "O coruja" (1890).

FICHA TÉCNICA
Concepção: Cia. Luna Lunera e Tuca Pinheiro
Inspirado na obra de Aluísio Azevedo
Direção: Tuca Pinheiro
Em cena: Ana Flávia Rennó (Pombinha), Cláudio Dias (João Romão), Débora Vieira (Piedade), Marcelo Souza e Silva (Bertoleza e Rita Baiana) e Rômulo Braga (Jerônimo)
Treinamento Corporal: Tuca Pinheiro
Preparação e Arranjo Vocal: Helena Mauro
Cenário: Ed Andrade
Figurino: Juliana Macedo
Iluminação: Felipe Cosse e Juliano Coelho
Fotos: Thiago Lima
Programação Visual: Frederico Bottrel
Administração: Ana Flávia Rennó
Estagiário de Produção: Thiago Prata
Produção Executiva: Milena Lago
Direção de Produção: Cláudio Dias
Produção: Cia. Luna Lunera

"Macbeth 0.8"

“Macbeth 0.8” da obra de William Shakespeare
direção: Cláudio Costa Val
realização: Teatro Som e Fúria
“Ser o rei não é nada; é preciso sê-lo sem perigo” ......................
a 1ª temporada
Local: Galpão Cine Horto - Rua Pitangui, 3613 – Horto - 3481.5580
Dias: 01 a 04 de maio
Horário: quinta a sábado: 21:00h - domingo: 20:00h
Duração: aproximadamente 1h40
Classificação: espetáculo adulto (recomendado para maiores de 14 anos)
Ingressos: 20,00 – vinte reais – inteira; 10,00 – dez reais –
meia para estudantes e maiores de 60 anos;
 8,00 – oito reais – passaporte Galpão e conveniados (consulte a produção).

domingo, 13 de abril de 2008

Ponto de vista... um deles

Tenho pensado que falar de teatro é também falar de amor. Não desse romantismo piegas, mas amor mesmo no sentido mais amplo, do jeito mais grandioso. Assim como toda manifestação de arte, as artes cênicas transformam em simbolismo detalhes humanos. Afetos, sonhos, angústias, tristezas, loucuras, medos, raiva, esperanças, amores. Sentimentos que marcam um tempo e que revelam o que há de delicado e sórdido no individual-coletivo. Se a arte é sentimento, se esse sentimento pode se resumir em amor, eu penso sempre que ser ator, praticar a ação cênica, é explodir esse sentimento e expandí-lo como um grito. É conseguir envolver o outro nessa explosão, é deixar os estilhaços atingirem aos que veêm e, além disso, muito além, permitir que o coletivo também exploda em êxtase e euforia. Para sentir é preciso força, vontade, e o que é o teatro senão essa mistura de sentimentos que nos invadem, que nos transformam e nos fazem ir adiante nesse mundo louco? São essas misturas de emoções que me envolvem.

sábado, 5 de abril de 2008

Pequenos Milagres - Grupo Galpão

Em cartaz de 06 a 20 de abril no teatro Sesi Minas.
www.teatrosesiminas.com.br



O espetáculo Pequenos Milagres, direção de Paulo de Moraes, é composto por quatro textos selecionados da campanha Conte sua História, que o Grupo Galpão realizou em 2006, especialmente para criar o novo espetáculo.A campanha alcançou pleno êxito recolhendo cerca de 600 histórias (via cartas e e-mails) provenientes de várias partes do país. Desse total, foram pré-selecionadas, pelos atores, o diretor e o dramaturgo, Maurício Arruda Mendonça, as 50 que mais representavam o cotidiano das pessoas. Após vários workshops, chegou-se às quatro histórias que compõem o texto final da peça. Segundo Paulo de Moraes, esse conjunto de histórias oferece um olhar teatral singular sobre a vida brasileira. "Um projeto dessa natureza permite discutir questões relevantes, com personagens muito próximos a nós, que revelam os sonhos das pessoas comuns", diz. A estréia de Pequenos Milagres marcou o início das comemorações dos 25 anos do Grupo Galpão, em 2007. A estréia aconteceu em Belo Horizonte, no Centro Cultural Galpão Cine Horto e cumpriu turnê pelo Rio de Janeiro, São Paulo e principais Festivais do país.

Aqueles Dois, quatro - Só mais uma opinião

Madrugada chuvosa de domingo dia 6 de abril. Sentada, computador ligado, corpo cansado, mente inquieta, ofegante. Desorganizada como sempre, em meio a licor e chocolate, emergem pensamentos sobre o que acabei de ver pela terceira vez. Aqueles dois, quatro.
Na estréia, estava ali simplesmente entregue a um espetáculo desconhecido, adaptação de um conto cujo autor ainda não havia lido. Uma hora e cinquenta minutos depois do terceiro sinal, parei. A cabeça fervia tanto que só o silêncio era possível. Saí dali direto para os contos, cartas, romances de Caio Fernando Abreu. Não me atreverei a descrevê-lo pois renderia uma nova postagem que em breve farei.
Segunda temporada de Aqueles Dois em BH. De volta à platéia, de outro ângulo, dialogando com os atores nesse tempo. Outra leitura do que novamente via, uma interpretação de quem ja havia se entregado à literatura de Caio, de quem viria partilhar um pouco do mundo lunar. Livros na mochila, trechos lidos e relidos e muitas vezes até decorados. Boleros espanhóis tocando ao fundo, uma sensação bonita que me faz sentir que as coisas caminham para algum lugar.
Terceira temporada. Re-estréia neste último sábado, há poucas horas atrás. E não é dificil advinhar que me fiz presente como legítima epectadora, mais que isso, já me sinto íntima dessa criação. E mesmo com todo esse envolvimento, a narrativa, as cenas, os atores, as luzes, tudo me trás de volta as sensações ja vividas ao mesmo tempo em que trazem novas emoções.
Agora estou no aguardo da nova criação da companhia, com muita expectativa e curiosidade.
Toda essa viagem louca para dizer que Aqueles dois me reportam ao que há de melhor e pior em mim, e no outro. Me leva a refletir sobre um mundo de relações cada vez menos afetivas, mais materiais e sórdidas. Mas há também a esperança, a força e a delicadeza.
E termino com próprio Caio: "E, de qualquer forma, às cegas, às tontas, tenho feito o que acredito, do jeito talvez torto que sei fazer"